* Diferentes zonas sísmicas;
* idade do edificado vs regulamentos;
* tipo de estrutura;
* RERU;
* erros comuns.
A Semana da Reabilitação Urbana incluía no seu programa uma sessão relativa ao Relatório de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica, promovida pela CML.
No âmbito do ReSist – Programa municipal de promoção da resiliência sísmica, tem havido um conjunto de iniciativas que visam informar e preparar a sociedade para a mudança nesta âmbito, que decorre do Portaria n.º 302/2019, de 12 de setembro e que desde 1 de Abril obriga à entrega do Relatório de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica, na fase de apreciação de projectos de arquitectura.
A este propósito, enuncio algum conhecimento de base, comum no seio da engenharia civil, em particular no ramo de estruturas, que é relevante para o dia-a-dia, respeitante à vulnerabilidade sísmica do edificado.
* Diferentes zonas sísmicas – em função da zona do território em causa, é maior ou menor o risco sísmico. No território nacional, Sagres ocupa o quadrante mais severo, ao passo que Bragança ocupa o quadrante mais brando. O RSA (Regulamento de Segurança e Acções para estruturas de edifícios e pontes), dividia o país em 4 zonas. Atualmente o Eurocódigo 8 secciona o pais em 6.
* Idade do edificado vs regulamentos – por análise aos censos, infere-se que aproximadamente 50% dos edifícios que constituem o território nacional foram edificados antes de 1980. Por outro lado, apenas em 1983 entrou em vigor o RSA, recentemente substituído pelo Eurocódigo, sendo estes regulamentos os melhores garantes de resiliência estrutural.
* Tipo de estrutura – no que concerne aos imóveis anteriores ao RSA, os pombalinos (não mutilados) apresentam boa resiliência sísmica ao passo que os gaioleiros serão os mais vulneráveis. Acresce também a geometria do imóvel e o tipo de terreno em que se implanta para majorar o minorar a sua vulnerabilidade.
* RERU – o Regulamento especial de Reabilitação do edificado, que vigorou desde 2014 (durante 6 anos), continha normativo que permitia flexibilizar algumas regras de acessibilidades ou reforço sísmico em obras de reabilitação de imóveis com mais de 30 anos.
* Erros comuns (projecto, construção, utilização e manutenção) – em todas estas fases do ciclo de um imóvel, existem possibilidades de erro. Projectos onde não foram preconizados os melhores preceitos de dimensionamento, obras onde não foi cumprido o projecto, abertura de vãos e mutilações de elementos estruturais durante o uso ou manutenção descuidada das estruturas.
Todos os pontos citados contribuem para a vulnerabilidade sísmica do edificado e cada telejornal com notícias vindas da Turquia e da Síria lembram sismos em território nacional, como o de 1980 nos Açores ou o de 1755 que destruiu um terço do edificado e se fez sentir nas bandas de Sevilha.
RE:SUMO – sumo de real estate, é um projecto pessoal, que procura difundir conhecimento de forma simplificada.