– Número de fogos reabilitados reduzido;
– Património público degradado;
– Número de devolutos elevados;
– Maior procura.
Diversos quadrantes da sociedade organizaram-se para dar o seu contributo para o debate sobre a crise da habitação em Portugal. Uma das formas de ampliar o parque habitacional é pela via da reabilitação.
– Número de fogos reabilitados reduzido: ao contrário da ideia que se instalou, que tem havido muita reabilitação, os dados do INE relatam uma média de 3874 edifícios ampliados, alterados ou reconstruídos na última década, que comparam com 8647 em média na década anterior.
– Património público degradado: sabendo que o estado apenas detém 2% do parque habitacional nacional dedicado ao arrendamento e pretende evoluir para 5%, uma forma eficaz seria através da reabilitação e adaptação de alguns edifícios estatais. Uma forma semelhante ao programa Revive poderia servir esse propósito, envolvendo promotores provados.
– Número de devolutos elevados: volvidos 15 anos desde o tempo em que dissertei sobre a avaliação de bens imóveis face ao seu potencial para reabilitação, verifica-se que ainda existe um elevado número de fogos devolutos no país.
– Maior procura. A procura que antes apontava sobretudo às famílias nacionais, para fins de habitação própria permanente, ramificou-se para um uma escala global, que só no ano passado atraiu 78 nacionalidades diferentes a adquirir imóveis em Portugal, para os mais diversos fins. De notar ainda que por alterações demográficas, o número de famílias também aumentou, havendo uma elevada percentagem de agregados compostos por apenas 1-2 pessoas.
É verdade que com o RERU, regime especial da reabilitação urbana, verificou-se uma boa dinâmica na reabilitação e como praticamente não houve nova construção, a sensação de estar a ser praticada muita reabilitação existiu. Em termos percentuais, na primeira década deste século, a nova construção tinha muito maior preponderância, mas os números em absoluto da reabilitação foram superiores aos que se praticam hoje.
Algumas das reabilitações por serem só interiores não figuram nos números. Também é um facto. Não obstante, o número tem vindo a cair de ano para ano. E em rigor, com procura identificada, deve ser mantido e incentivado o processo de regeneração dos centros históricos das cidades, em geral, pois este processo ultrapassa largamente o âmbito imobiliário.
RE:SUMO – sumo de real estate, é um projecto pessoal, que procura difundir conhecimento de forma simplificada.