* Investimento em cidades core
* Ênfase em segmentos primários
* Diversificação das classes de ativos
* ESG
* Abrandamento
Passando em revista o documento da PwC e ULI, Emerging trends in Real Estate Europe 2023, procuro destacar alguns sinais dos tempos.
* Investimento em cidades core: o documento aponta para cidades como Londres, Paris e Berlim. Este ranking foi liderado por Lisboa em 2019. Apresentar estas cidades no topo mostra em parte a cautela face a um ano pouco previsível.
* Ênfase em segmentos primários: as perspectivas, de modo genérico, colocam no topo ativos que se associam a produção de energia, saúde e modalidades de habitação, relegando para segundo plano segmentos associados ao comércio, lazer e trabalho.
* Diversificação das classes de ativos: ao longo dos anos, tem vindo a ser alargada a quantidade de classes de ativos, com afirmação inclusive da classe dos ativos alternativos. Essa tendência continuará o seu caminho, com quebra de fronteiras entre classes, abordando os imóveis como um produto que deve ser concebido cada vez mais à medida dos seus utilizadores. Em 2004 eram analisadas 8 classes (shopping centres, residential, high street shops, industrial/warehouse, retail parks, central city offices, manufacturing e surburban offices). Em 2023 analisam-se 27 (new energy infrastructure, life sciences, data centres, self-storage facilities, retirement/assisted living, healthcare, logistics facilities, affordable housing, social housing, private rented residential, student housing, leisure hotels, co-living, industrial/warehouse, serviced apartments, flexible/serviced offices and co-working, leisure, housebuilding for sale, central city offices, retail parks, parking, business hotels, business parks, high street shops, city centre shopping centres, out of town shopping centres/ retail destinations e suburban offices).
* ESG: após alguma dominância em torno do E, espera-se uma abrangência maior em torno de todo o espectro ESG. 93% dos inquiridos sobre esta temática consideram que administrar um negócio ambiental e socialmente sustentável é o fator mais importante para uma transformação organizacional bem-sucedida no setor imobiliário nos próximos 20 anos.
* Abrandamento: inflação, subida de taxas de juro, tensões geopolíticas, fraco crescimento económico e risco de recessão condicionarão o mercado ao longo do ano.
O documento é muito meritório e já conta com 20 edições. A edição deste ano apresenta o balanço destes primeiros 20 anos, além de perspectivar 2023. Em rigor, merece bastante a pena ser lido na íntegra.
É curioso acompanhar a transformação do mercado, fortemente acelerada pela pandemia, que não deixou nenhum sector igual.
RE:SUMO – sumo de real estate, é um projecto pessoal, que procura difundir conhecimento de forma simplificada.