- A arquitectura serve a função;
- O máximo / o cúmulo da funcionalidade está na beleza;
- A arquitetura é difícil porque precisa de violar a natureza mas não a pode destruir;
- Uma das maneiras de mostrar a identidade de um país e de uma cultura é mostrar a sua arquitectura;
- Quem manda é o dinheiro – tudo é em função do dinheiro;
- Os espaços podem condicionar o bem estar e a felicidade.
Na senda do serviço público, Fátima Campos Ferreira entrevista, em simultâneo, Álvaro Siza Vieira e a Eduardo Souto Moura, os dois prémios Pritzker portugueses, num conteúdo designado como Simetrias.
* A arquitectura serve a função. Ela é, antes de mais, um serviço. Se alguém encomenda um trabalho, é preciso responder a quais são os seu objectivos e cumprir com as suas funções.
* A beleza é a resposta universal da funcionalidade ou utilidade. O fim da arquitetura, último, é a beleza.
* A arquitetura é difícil porque precisa de violar a natureza mas não a pode destruir e é exactamente nesse equilíbrio, entre o artificial e o natural, que se atinge a beleza.
* Uma das maneiras de mostrar a identidade de um país e de uma cultura é mostrar a arquitectura. O meio local obriga a que os materiais circundantes sejam trabalhados de uma determinada maneira e depois como há muitas maneiras de trabalhar esses materiais, o homem inventa a linguagem e há muitas linguagens a partir de uma base comum, daí as diferentes culturas.
* Quem manda é o dinheiro – tudo é em função do dinheiro. As formas dependem do dinheiro que existe. O dinheiro obriga aos materiais. Os materiais obrigam ao sistema construtivo. O sistema construtivo obriga ao empreiteiro. E portanto há gente que quer barato e: fica mal.
* Os espaços podem condicionar o bem estar e a felicidade. É impossível separar a ética da estética. Os regulamentos são uma coisa infindável mas na prática não se vê que tenha um efeito de promoção de qualidade de vida, de igualdade, etc.
Segundo Souto Moura, o arquitecto não tem a mínima vocação para ser artista. Esse acto voluntário normalmente gera um desaire enorme.
Não obstante, a arquitetura é uma das 7 artes, existindo casos que primeiro são apenas uma construção, depois arquitectura e posteriormente são considerados como património.
Dois nomes incontornáveis da arquitetura portuguesa, quer se goste, quer não. Por todo o seu legado, a sua partilha é recebida como sabedoria.
O seu legado figura ao lado de nomes como Oscar Niemeyer, Frank Gehry, Renzo Piano, Norman Foster, entre outros, mas com as particularidades de serem portugueses e trabalharem / viverem no mesmo edifício. Quais as probabilidades?!
RE:SUMO – sumo de real estate, é um projecto pessoal, que procura difundir conhecimento de forma simplificada.