Nos últimos anos, Lisboa tem-se tornado uma das cidades mais procuradas por investidores estrangeiros no setor imobiliário. Com o seu charme histórico, qualidade de vida elevada e um mercado de imóveis em crescimento, a capital portuguesa atrai investidores que procuram tanto uma segunda residência como uma oportunidade de rentabilização, através de arrendamento de curta ou longa duração. No entanto, há diversos fatores que devem ser considerados antes de se concretizar um investimento imobiliário em Lisboa. Aqui estão alguns aspetos essenciais a ter em conta:
1. Entender o Mercado Local
Antes de investir em qualquer mercado imobiliário, é fundamental compreendê-lo. Lisboa, como qualquer outra cidade, tem as suas particularidades. Cada bairro possui um perfil distinto, com diferenças significativas em termos de preços, estilo de vida e retorno sobre o investimento.
Por exemplo, zonas como a Baixa, Chiado e Avenida da Liberdade são mais caras devido à sua localização central e proximidade a pontos turísticos. Por outro lado, áreas emergentes como Marvila ou Beato estão a atrair cada vez mais investidores devido ao seu potencial de crescimento e revitalização urbana. Pesquisar as tendências do mercado e trabalhar com especialistas locais pode evitar que se compre um imóvel sobrevalorizado ou em áreas com pouca liquidez.
2. Regime Fiscal e Vantagens para Residentes Não Habituais
Portugal oferece uma série de incentivos fiscais atrativos para estrangeiros, o que tem contribuído para o aumento do investimento imobiliário no país. O regime de Residentes Não Habituais (RNH) permite que os reformados e profissionais qualificados, que transfiram a sua residência para Portugal, beneficiem de isenções ou taxas reduzidas sobre os seus rendimentos durante um período de 10 anos.
Além disso, o programa de Visto Gold (ou Golden Visa) foi um dos grandes impulsionadores do investimento estrangeiro em imóveis, oferecendo a possibilidade de obter residência em Portugal com a compra de imóveis a partir de certos valores. Apesar das mudanças recentes no programa, que restringiram as áreas de elegibilidade para o Golden Visa (excluindo as zonas metropolitanas de Lisboa e Porto), os investidores ainda podem beneficiar deste regime em regiões do interior e nas ilhas.
3. Custos Associados à Compra de Imóveis
Para além do valor de aquisição do imóvel, há outros custos a considerar, nomeadamente:
- Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT): Este imposto é progressivo e varia de acordo com o valor do imóvel e também do fim a que se destina, ou seja, o IMT para habitação própria permanente é inferior ao IMT para 2ª habitação. O IMT pode ser um custo significativo, especialmente para propriedades de maior valor.
- Imposto do Selo: Pago aquando da assinatura da escritura, o imposto do selo corresponde a 0,8% do valor do imóvel.
- Despesas Notariais e Registo: Estas despesas são obrigatórias para a oficialização da compra do imóvel e variam conforme o valor da propriedade e o notário escolhido.
- Manutenção e Renovação: Lisboa possui muitos imóveis históricos que podem necessitar de obras de renovação. É crucial verificar o estado de conservação da propriedade e, se necessário, contratar um engenheiro ou arquiteto para avaliar os custos de renovação antes da compra.
4. Rentabilidade e Regulação do Arrendamento
Lisboa é uma cidade com uma grande procura de arrendamento, tanto de curta como de longa duração. No entanto, o mercado de alojamento local (como o Airbnb) tem vindo a ser alvo de maior regulação. Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Lisboa tem imposto restrições ao licenciamento de novos alojamentos locais em algumas zonas da cidade, especialmente nas áreas mais turísticas, no entanto esta regulamentação tem vindo a ser alterada o que poderá voltar a acontecer. Antes de adquirir um imóvel com o intuito de o arrendar para turistas, é fundamental verificar se é possível obter a licença necessária para esse tipo de atividade.
Para arrendamento de longa duração, Lisboa continua a oferecer boas oportunidades, especialmente para imóveis em bairros residenciais e bem servidos por transportes públicos. Contudo, a rentabilidade pode variar dependendo da localização, tamanho e condições do imóvel.
5. Trabalhar com Profissionais Qualificados
Para garantir que o processo de compra seja seguro e eficiente, é aconselhável trabalhar com uma equipa de profissionais experientes, incluindo advogados, agentes imobiliários e avaliadores. Estes especialistas podem auxiliar na análise de documentos, no processo de due diligence e na negociação do preço.
Conclusão
Investir em imóveis em Lisboa pode ser uma excelente oportunidade para estrangeiros, desde que seja feito com o devido cuidado. Compreender o mercado, conhecer as vantagens fiscais e avaliar corretamente os custos são passos essenciais para garantir que o investimento seja seguro e rentável. Com o apoio certo, Lisboa pode ser o destino ideal para quem procura um investimento sólido no setor imobiliário.